Como jardins verticais trazem mais verde e saúde para apartamentos?

De acordo com dados do último Censo Demográfico, cerca de 25,3 milhões de brasileiros moram em apartamentos e ter um cantinho verde, como um jardim vertical, reconecta essas pessoas com a natureza, além de acrescentar estilo e qualidade de vida a essa moradia.

“Todo projeto varia de acordo com o ambiente, insolação e até mesmo o cuidado necessário. Cada lar tem uma rotina diferente e isso é importante na hora de decidir por cada espécie de planta”, afirma a arquiteta Luiza Hafner, que é fundadora da 4Inside Arquitetura de Resultados.

O que é um jardim vertical?

Popularizado pelo botânico francês Patrick Blanc, essa técnica de paisagismo permite cultivar plantas em estruturas suspensas, aproveitando paredes, muros ou painéis especiais. Diferente dos vasos tradicionais no chão, essa solução otimiza espaço e transforma superfícies vazias em verdadeiras obras de arte naturais.

Banco de imagens: Freepik

O conceito ganhou força nas grandes cidades como uma forma de reintegrar o verde aos ambientes urbanos. Hoje, é uma das principais tendências em decoração sustentável para apartamentos. “A presença de plantas em casa contribui para um ar mais limpo, reduz os níveis de ruído e cria uma atmosfera agradável, o que, consequentemente, ajuda em fatores como a melhora do humor, concentração e produtividade. Isso sem falar no aspecto da crescente consciência ambiental, em que o olhar atento para a sustentabilidade também é um fator significativo”, Alfredo Gulin, CEO da AG7, incorporadora de alto luxo com foco em wellness building.

Como montar seu jardim vertical  

Ele pode ser construído tanto na área externa quanto na área interna de ambientes e, como visa incorporar as características da natureza aos espaços construídos, deve conter elementos como água, vegetações variadas, luz natural e elementos naturais como madeira e pedra. “Um design único somado a um processo cuidadoso de escolhas de plantas, entrega mais do que um visual bonito, mas sim uma verdadeira mudança de vida focada no bem-estar”, revela a paisagista Renata Guastelli, adepta à técnica.

Passo 01: Escolha o local ideal  

Paredes com iluminação natural indireta, como as da varandas e de salas próximas a janelas são as melhores opções. Evite locais com vento excessivo ou umidade constante.  

Passo 02: Selecione as plantas certas  

Para quem é novato em jardinagem, o ideal é investir em samambaia, peperômia e suculentas, pois exigem pouca manutenção. Já aqueles que amam flores, as melhores opções são amor-perfeito e begônias, que gostam de mais luz.  

Passo 03: Estruturas e materiais  

Aposte em painéis modulares que são práticos e facilmente encontrados em lojas de jardinagem. E para dar um toque de criatividade, mescle vasos tradicionais com os de garrafas PET, usando pallets como suportes não convencionais.  

Cuidados especiais e de manutenção

A periodicidade da rega é comumente ignorada pelas pessoas, por conta da rotina corrida. Por isso, investir em um sistema de irrigação automática, para que a planta não morra seca ou suas raízes apodreçam com excesso de água, é essencial.

Outro ponto de atenção é a luminosidade, devendo se atentar às necessidades específicas de cada espécie escolhida. 

E por fim, realize a poda em limpeza regularmente, retirando as folhas secas para evitar pragas.   

Benefícios além do verde

Segundo a paisagista Renata Guastelli, os jardins verticais são muito mais do que um visual: também são aliados para o bolso pois, a associação correta das plantas “melhora o isolamento térmico, mantendo a temperatura do ambiente e reduzindo assim o consumo de eletricidade”.

A profissional também destaca outras vantagens como: 

• Redução dos ruídos externos, com absorção dos sons pelas plantas;

• Proteção da fachada contra intempéries e radiação UV;

• Melhora a qualidade do ar, com a fotossíntese das plantas;

• Combate o efeito das ilhas de calor nas grandes cidades.

Para além da decoração

Com essas dicas, esperamos que veja o verde dentro dos ambientes para além de uma tendência decorativa, e sim como uma solução inteligente para quem busca qualidade de vida em espaços reduzidos. Porque, com planejamento e espécies adequadas, qualquer apartamento pode ganhar vida – e cor.